Davi Junior
RESENHA: Homem de Ferro
Atualizado: 17 de mai. de 2019

Meio-Homem, meio-máquina. Cada vez mais próximo da tecnologia e do mundo virtual fica cada vez mais difícil definir aonde acaba a carne e osso e aonde começa o óleo e o metal no cotidiano do ser humano. Causando furor entre fãs e não fãs de quadrinhos, o Homem de Ferro chegou em 2008 para mostrar que apesar da proximidade entre homem e máquina, não há maior inimigo para a humanidade que a si mesma. Sempre que um novo filme baseado em histórias em quadrinhos chega às telonas há dois resultados esperados: em vista da viciada indústria do cinema de super-heróis, o filme pode ser um fracasso ou, em vista de um possível amadurecimento que espectador especialista pede, o filme pode ser um sucesso.
Somando o fato que o Homem de Ferro não é o herói mais popular das HQ's e o mais esperado do filme seriam seus efeitos especiais inovadores foi possível, ironicamente, contar uma boa história, fazendo do filme não só um grande obra, mas um divisor de águas nos filmes do gênero.
Sob a direção do pouco badalado Jon Favreau, Homem de Ferro conta a história de Tony Stark (Robert Downey Jr) o herdeiro milionário das Indústrias Stark, companhia que fabrica os melhores armamentos militares do mundo. Além de gênio principal mnte por trás da indústria, Tony também é conhecido por ser o maior playboy do mundo, conseguindo sempre o que quer, do jeito que quer e como quer da maneira mais irreverente possível.

Apesar de sua maneira de pensar viciada herdada do pai, onde a melhor arma não é aquela que não precisa ser usada, mas sim aquela que só precisa ser usada uma vez, a óptica de Tony muda radicalmente a partir do momento que ele é obrigado a montar uma super-armadura para fugir do cativeiro a qual foi apreendido numa ação terrorista no Afeganistão que se utilizou dos armamentos produzidos pelas Indústrias Stark para capturá-lo.
Após decidir salvar o mundo das armas que ele mesmo criou com uma poderosa combinação entre a armadura que criou e um dispositivo radioativo que substituiu seu coração, Stark ainda se vê envolvido num perigoso jogo de negócios e ambições quando seu braço direito em suas indústrias, Obadiah Stane (Jeff Bridges), se mostra um mercenário executivo que coloca seus interesses megalomaníacos na frente de qualquer vida humana.
Parecendo encenar ele mesmo, Robert Downey Jr nunca pareceu tão a vontade em um set de filmagem. Além de parecido com o personagem nos quadrinhos, o ator ainda conseguiu marcar a figura do herói na mente de espectadores acostumados com heróis mais populares, como Batman, Homem-Aranha e X-Men.
Dando vida para um personagem que convive com o conflito de um drama pessoal que o faz se sentir o culpado pelas atrocidades que as armas causam no mundo e a personalidade sagaz de um multimilionário que parece indiferente ao mundo exterior, Downey Jr. pôde oferecer ao expectador uma dose das mesmas dúvidas e perguntas que Tony Stark parece se fazer a cada cena do filme: por que a humanidade prejudica tanto a própria humanidade?

Misturando o que cada um dos filmes de heróis que a geração de 2.000 produziu, Jon Favreau combinou ação, drama e humor na medida certa, fazendo do filme de o Homem de Ferro o início de uma nova era de filme de super-heróis, onde não basta apenas colocar um ator famoso fantasiado na tela grande, mas produzir algo com consistência, algo que tanto o fã como o cinéfilo casual possam levar não apenas como diversão, mas como uma experiência única e expressiva como o cinema deve ser.
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