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  • Foto do escritorDavi Junior

RESENHA: Star Wars – Episódio II: O Ataque dos Clones



Uma das premissas da juventude é a transformação. Biologicamente, o corpo se transforma com a puberdade; emocionalmente, a mente amadurece; ideologicamente, o jovem transmigra de ser passivo e se torna o protagonista do meio em que vive. Em meio a perturbadas guerras ou a um ambiente de paz, há muito, muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante, o jovem Anakin também se transformou. Em Star Wars – Episódio II: O Ataque dos Clones, começa o grande combate entre sabedoria da juventude e a força da tradição.

INÍCIO DO PASSADO

Uma das frases que mais povoou a mente dos amantes da saga de George Lucas, foi quando ainda no primeiro filme da série, foi revelado que o pai de Luke Skywalker lutou nas chamadas Guerras Clônicas, um evento que mudou para sempre o governo e a soberania do Império Galáctico.

Se toda a mitologia do passado de Star Wars sempre foi algo das teorias e das fanzines mais diversificadas e criativas dos fãs, nada melhor do que revelar como foi o início das Guerras Clônicas como tema do segundo filme da segunda trilogia que conta o segundo episódio da maior saga espacial que o cinema já teve.

Além disso, mesmo para os novos fãs, a curiosidade pela continuação da história se torna latente mesmo antes do início do filme, afinal, não há quem se perguntasse como e porque o inocente Anakin Skywalker se tornaria o tão temível vilão Darth Vader com tutores de tamanha coragem e honra como Obi-Wan Kenobi?

Mesmo com a base complicada e muito administrativa do universo Star Wars durante A Ameaça Fantasma (clique aqui para ler a resenha), não há como não querer sempre mais batalhas de sabre de luz, mais princesas sendo salvas e mais monstros estranhos sendo derrotados. Misturando tudo isso e mais um pouco, começa o Episódio II.


O jovem Anakin Skywalker precisa conviver com a dor da perda mesmo antes de se tornar um Jedi.

O jovem Anakin Skywalker precisa conviver com a

dor da perda mesmo antes de se tornar um Jedi.

EU ODEIO QUANDO ELE FAZ ISSO

Anakin cresceu, já se passaram 10 anos desde que Qui-Gon-Jin morreu após resgatar um pequeno menino com alta concentração de midichlorians no sangue em Tatooine que todos passaram a acreditar ser o jovem previsto pela profecia que trará o equilíbrio para a força. Obi-Wan já é um mestre Jedi e Padmé Amidala se tornou senadora do Senado Galáctico após exercer dois mandatos seguidos como Rainha do planeta Naboo.

Com personagens já conhecidos do público, o filme começa logo em grande estilo. Com a iminente ameaça à vida de Padmé por um inimigo desconhecido que conhece a influência da ex-rainha no Senado, Anakin e Obi-Wan passam a protegê-la, logo tendo que iniciar um combate aéreo com perseguições em carros voadores num grande planeta metrópole da República.

Logo na perseguição é deixado claro as diferenças entre mestre e discípulo: enquanto o primeiro prefere se utilizar de métodos consagrados pelos Jedis para fazer a guarda e deter os inimigos, o segundo prefere se utilizar da criatividade e dos impulsos do momento para executar planos que se adequam as condições do perigo.


A senadora Amidala é alvo dos separatistas!

O atrevimento de Anakin chega a perturbar constantemente a Obi-Wan, a quem ele acusa de privar seus talentos e a impedir que ele se forme um mestre Jedi de uma vez por todas. Apesar de ser uma conduta trivial da adolescência, o filme explora a que níveis tal comportamento pode levar alguém com poderes como a Força.

A clássica briga entre adultos e adolescentes fica ainda maior quando a paixão de Anakin por Padmé chega a limites extremos: por ordem de Yoda, o jovem padawan (aprendiz Jedi) se torna o guarda-costas da senadora Amidala, enquanto Obi-Wan vai investigar a origem dos perseguidores. Tal decisão de Yoda funciona como um meio-termo do que cada um dos dois queria seguir após verem o assassino de Amidala morto por companheiros: enquanto Anakin queria investigar em dupla, Obi-Wan queria fazer a guarda em dupla. Separando os dois, Yoda estimulou Obi-Wan a comportamentos mais jovens e Anakin a condutas mais adultas, já que Padmé sabe que uma senadora não deve se envolver emocionalmente como um Jedi.

ANAKIN, SINTO QUE UM DIA VOCÊ AINDA MAIS ME MATAR

Ao contrário do Episódio I, o enredo aqui é simples, e por isso mesmo tão inspirador. Enquanto Obi-Wan descobre o exército de Clones que a República prepara a anos em segredo para deter os ataques dos separatistas, hoje liderados pelo servente de Darth Sideous (representante máximo do lado negativo da força), Conde Dooku, que está se preparando para atacar a Aliança Galáctica da República comandada pelo Senado, Padmé e Anakin descobrem a importância da amizade em um relacionamento amoroso, detendo ao máximo seus impulsos carnais.


Obi-Wan descobre a criação dos Clones a pedido de

um antigo Chanceler da República.

Se a arrogância juvenil de Anakin por vezes o parecia levá-lo a lados não muito nobres da força, foi quando ele e a princesa viajam para Tatooine para se encontrar com a mãe do padawan, que o jovem experimenta pela primeira vez sentimentos hediondos capazes de levar um homem a loucura, quando descobre que o Povo da Areia sequestrou e matou sua mãe.

As experiências em Tatooine começam a aguçar ainda mais o sentimento do casal. E a grande mensagem do filme começa a se formar quando Anakin e Padmé, agindo até então responsavelmente graças a ação de Yoda, passam a valorizar o aproveitar do momento e a experiência da felicidade enquanto houver vida no momento. O mesmo acontece com Obi-Wan, que preso pelos separatistas passa a entender o método in loco de Anakin.

A luta final dos três protagonistas contra os exércitos separatistas além de levar Star Wars a um ponto jamais antes visto nas quatro produções anteriores em questões de efeitos especiais, levam a uma prévia do que seriam as Guerras Clônicas que a República iniciaria com os Separatistas.

Com uma baixa quantidade de soldados para combater os droids inimigos, a República decide apelar para o uso dos Clones produzidos para fins bélicos, mesmo que sem total consciência da origem deles, visto que o produtor deles, está lutando a favor do Conde Dooku.


Conde Dooku é um ex-Jedi líder do movimento separatista!

Se os efeitos com sabres de luz e naves espaciais já faziam os fãs sonharem a noite nos anos 80, a luta do trio de protagonistas mostrada em detalhes, com frames e closes em cenas de ação são de tirar o fôlego. E o que falar de Yoda lutando contra Dooku? Se o boneco da trilogia original já era carismático, o Yoda lutador se transforma no personagem dos sonhos: o sábio ermitão com um poder de fogo de tirar o fôlego!

FAÇA OU NÃO FAÇA. A TENTATIVA NÃO EXISTE

Cheio de referências a trilogia clássica, desde frases de Obi-Wan até a perda do braço de Anakin para o conde Dooku, Star Wars Episódio II – O Ataque dos Clones finalmente pôde mostrar para a nova geração de fãs o porquê da trilogia clássica ser tão cultuada até os dias de hoje. Cheia de conflitos ideológicos, personagens cativantes e performances (tanto dos atores quanto da equipe de efeitos especiais) épicas, a produção é o reflexo da grandiosidade técnica e da simplicidade cativante do diretor e criador George Lucas.

Explorando um tema não presente em nenhuma de suas produções antigas, Lucas pôde explorar de maneira singular o embate entre jovens e adultos mesclando toda a riqueza do universo de Guerra nas Estrelas com o jogo de adivinha que a personalidade de Anakin resguarda com sua futura transformação em Darth Vader.

Contar a origem dos clones que se tornaram peça essencial para as quase lendárias Guerras Clônicas ligam passado e presente na história, fazendo com que, além de contar o passado do grande vilão da saga, ainda cumpra seu papel histórico dentro da mitologia da série.


R2-D2 e C3PO são as únicas testemunhas do

casamento de Anakin e Padmé.

Instigante, carismático e ao mesmo tempo perturbador, o jovem Anakin conquista os jovens e ganha o respeito dos mais maduros, não por ser o personagem que todos queriam ser, mas por revelar uma parte do ser humano que todos querem exprimir e a sensação que todos não param de ter: a paixão pela vida e a vontade de fazer tudo certo, mesmo que todas as transformações a sua volta pouco valham, se comparada ao caleidoscópio de mudanças que se passam em seu interior.

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